O estudo de uma pintura, seja dos aspectos de natureza material, seja dos aspectos estilísticos e estéticos, rigorosamente não permite garantir que determinada pintura é autêntica, isto é, de uma certa época ou de um certo autor. Se o estudo foi bem feito, na melhor das hipóteses, encontra-se um grande número de semelhanças entre a obra em causa e outras da época ou do autor a que é atribuída e não é detectado nenhum anacronismo, ou seja materiais ou técnicas que não eram empregues naquela época ou por aquele autor. Por mais completo que seja o estudo, nada impede, contudo, que a continuação do mesmo, fazendo uso, por exemplo, de equipamento mais sensível, não permita a detecção de algo que não está de acordo com a época ou com o autor, situação esta em que se poderia negar a autenticidade.
Portanto, é possível provar que certa obra é falsa — basta, por exemplo, encontrar numa pintura atribuída a um pintor do século XVI um pigmento que só começou a ser produzido no século XIX, desde que seguramente tenha sido excluída a possibilidade de se tratar de um pigmento utilizado num repinte —, mas não é possível provar e, portanto, garantir que uma obra é verdadeira. No entanto, é legítimo concluir, se os resultados apontarem nesse sentido, que não foram encontradas evidências que ponham em causa a atribuição ou que o estudo apoia a atribuição.