Descrição da peça As vagas referências existentes indicam que a peça, originária deste Mosteiro, foi depois transportada para o novo Mosteiro de Santa Clara, por ocasião do abandono do primeiro e, mais tarde incorporada no Museu Nacional Machado de Castro (em conjunto com vários outros bens das monjas Clarissas), por alturas da Extinção das Ordens Religiosas. No que concerne à sua autoria, a peça chegou ao Centro Interpretativo do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, com a atribuição genérica de ser uma obra da Oficina de Coimbra e do século XVII. Apesar dos múltiplos esforços de investigação entretanto efectuados, pouco mais se conhece, até momento, sobre estes dois aspectos fundamentais, que contrastam com a sua execução muito cuidada e um gosto estilístico, bastante mais tardio do que é habitual para esta época (Fonseca & Maximiliana, 2010). Segundo as normas de inventariação do Instituto dos Museus e Conservação, trata-se de uma representação transi de Cristo jacente, já que é uma “construção erguida acima do solo, que obrigatoriamente alberga ou albergou um morto, num espaço vocacionado para o enterramento (…)” e “representa o morto como cadáver, nu ou envolto num sudário” (…), surgindo “colocado sobre a tampa da arca funerária do sarcófago, com a cabeça repousando sobre uma almofada (…)”, pertencente a monumento funerário – arca tumular (Carvalho, 2004), constituída por três faciais e uma tampa, executado em Pedra de Ançã. A tampa tem como dimensões máximas 1,80 m de comprimento, por 0,60 m de largura e uma espessura máxima de 0,20 m (ver Figura 1).