%0 Journal Article %A Melo, Helena Pinheiro de %A Cruz, António João %D 2009 %T As cores de um painel do século XVI, da igreja matriz de Pavia (Mora, Évora), atribuído ao pintor Francisco João %J Conservar Património %V 9 %P 47-55 %R 10.14568/cp9_6 %X No âmbito de um estudo sobre os materiais e as técnicas do pintor eborense Francisco João (activo entre 1563 e 1595), foi analisado o painel central do retábulo-mor da igreja matriz de Pavia (Mora, Portugal), representando A Conversão de São Paulo a Caminho de Damasco, atribuído ao pintor. Tendo como objectivos a identificação dos materiais responsáveis pela cor e a caracterização do processo de execução pictórica e do manuseamento das tintas, a pintura foi examinada in situ, à vista desarmada e com o auxílio de uma lupa e recolheram-se nove amostras. Estas foram analisadas através de microscopia óptica, microscopia electrónica de varrimento com espectroscopia de raios X (SEM-EDX), espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e cromatografia de camada fina de alta eficiência (HPTLC). Verificouse que, sobre uma preparação de gesso e cola animal, a pintura foi executada com branco de chumbo, amarelo de chumbo e estanho, ocre amarelo, mínio, ocre vermelho, vermelhão, azurite, verdigris ou resinato de cobre, negro de carvão e uma laca vermelha, não identificada. Na maior parte das amostras, foi observada a existência de dois ou três estratos de cor sobre a preparação, devendo-se essa sobreposição, de um modo geral, ao processo de modelação do pintor e não à sobreposição de motivos. Em cada estrato, a cor foi geralmente obtida pela mistura de um pigmento colorido com branco e, em dois casos, foi usado um pigmento puro. Apenas nos estratos de cor vermelha foram detectadas outras misturas, com maior número de materiais. The main altar of the church of Pavia (Mora, South of Portugal) shows a 16th century panel painting depicting The Conversion of Saint Paul attributed to Francisco João, a local painter, born in Évora, active in that region between 1563 and 1595. With the aim of identifying the materials responsible for the colours exhibited by the painting and characterizing its technique, the panel was examined in situ with the naked eye and with the help of a magnifying lens. Nine paint samples were collected for analysis by optical microscopy, scanning electron microscopy - energy dispersive X-ray spectrometry (SEM-EDX), Fourier transformed infrared spectroscopy (FTIR) and high-performance thin layer chromatography (HPTLC). On top of a ground layer made of gypsum and animal glue, the painting was done with lead white, lead-tin yellow, ochre, minium, red ochre, vermillion, azurite, verdigris or copper resinate, carbon black and a non identified red lake. In most cases, the samples show a succession of two or three layers of paint over the ground. Generally, this structure results from the modelling work of the painter and not from overlapping motives. In each layer, the colours were usually created by mixtures of a coloured pigment with white. In two cases, the pigments were used pure. Only the red areas show mixtures of a larger number of materials. %U https://doi.org/10.14568/cp9_6